A época é de previsões, mas muitas delas não têm base na realidade
A ABI Research divulgou uma lista de previsões inversas
para 2012. São coisas que, apesar de ter sido previstas por muita gente,
não vão acontecer no próximo ano na análise dos especialistas da
empresa.
Veja quais são as principais.
1 Filmes em 3D
Os filmes e outros programas em 3D não vão dominar a televisão em 2012.
Há cada vez mais televisores capazes de exibir imagens em 3D e esse
recurso é divulgado com insistência pelos fabricantes. Mas as pesquisas
indicam que o consumidor não dá a menor importância a ele, diz Jason
Blackwell, diretor da área de digital home da ABI.
2 Xbox e PlayStation
Michael Inouye, analista sênior da ABI, prevê que a Microsoft não vai
lançar uma nova geração do Xbox em 2012. E a Sony também não vai
apresentar o PlayStation 4 nesse ano. A Microsoft e a Sony têm bastante
espaço para melhorar seus respectivos sensores Kinect e PlayStation
Move. É mais interessante, para as duas empresas, aperfeiçoar esses
sensores do que lançar uma plataforma para jogos inteiramente nova.
3 Nintendo Wii U
O Wii U, da Nintendo, não terá o mesmo encanto do Wii original. A
Nintendo deve apresentar o novo console em junho. Com chips mais
potentes, ele vai exibir gráficos melhores que os do Wii atual. Também
terá um controle em forma de tablet, com tela sensível ao toque. Mas
Michael Inouye observa que, até lá, a Sony já terá testado essa solução
com seu videogame portátil PS Vita, que também terá tela sensível ao
toque. E os gráficos do Wii U não serão, ao que parece, muito melhores
que os do Xbox e do PlayStation 3.
4 Tablets e 3G
Apesar do veloz crescimento do mercado de tablets, eles ainda não serão
a solução predominante para acesso à internet em 2012. Jeff Orr,
diretor de dispositivos móveis da ABI, estima que metade dos tablets com
3G nunca foram usados com essa conexão ativa. “As pessoas compram o
tablet com 3G como se fosse um seguro contra a falta de conexão Wi-Fi”,
diz ele. Mas muitas dessas pessoas nunca chegam a contratar um serviço
de 3G. Como os tablets não são plenamente funcionais sem acesso à
internet, elas acabam deixando esses dispositivos em casa quando vão
para o trabalho ou para a escola. Para Orr, essa situação só vai mudar
daqui a dois ou três anos. Até lá, uma parcela maior dos tablets terá
acesso permanente à internet, via 3G ou 4G LTE.
5 RIM e o BlackBerry Playbook
Diferentemente do que fez a HP, a RIM, fabricante do BlackBerry, não
vai abandonar o mercado de tablets, apesar do fracasso do PlayBook. Para
Dan Shey, diretor de serviços móveis da ABI, o tablet tende a
complementar o negócio de smartphones da empresa. Por isso, ela vai
mantê-lo mesmo que as vendas não sejam encorajadoras.
6 Internet via celular
Na visão da ABI, os celulares nunca serão a maneira principal de as
pessoas se conectarem à internet. “A indústria de dispositivos móveis
vive dizendo que, num ‘futuro próximo’, a maioria da população mundial
terá sua primeira e única experiência na internet por meio dos
celulares. Podemos assegurar que esse ‘futuro próximo’ não será em 2012.
Na verdade, ele nunca vai acontecer”, diz Aapo Markkanen, analista
sênior da ABI. Ele argumenta que dispositivos como tablets e notebooks
tendem a ficar cada vez mais baratos. E eles são muito mais convenientes
que os celulares para navegar na web e usar serviços da internet.
7 O LTE anda devagar
Esta é fácil de prever: a tecnologia 4G LTE não será predominante em
2012. Considerando o ritmo em que as redes celulares de quarta geração
vem sendo instaladas, ainda deve demorar alguns anos até elas estarem
amplamente disponíveis. No Brasil, há a intenção de colocar as primeiras
redes em funcionamento até a Copa de 2014.
8 LTE x Wi-Fi
Em 2011, muitas operadoras de telecomunicações investiram na instalação
de hotspots Wi-Fi. Isso aconteceu inclusive no Brasil. Aditya Kaul,
diretor de redes móveis da ABI, prevê que esse movimento vai continuar.
Mesmo nos países onde a telefonia celular de quarta geração está mais
avançada, a expansão das redes LTE não vai reduzir o uso do Wi-Fi.
9 O celular inquebrável
Antes do aparecimento do iPhone, em 2007, os celulares tinham tela de
plástico e resistiam razoavelmente bem às quedas. As telas de vidro
tornaram os smartphones mais atraentes, mas também mais frágeis. O
desenvolvimento de vidros reforçados como o Gorilla Glass, da Corning,
vai continuar. Mesmo assim, não haverá um smartphone a prova de quedas
em 2012, diz Jake Saunders, vice-presidente de previsões da ABI.
10 O carro conectado
As tecnologias que permitem que um carro tenha acesso à internet, seja
para entretenimento, navegação ou informação dos ocupantes, vão
continuar avançando. Mas elas não vão provocar uma transformação radical
na indústria automobilística em 2012. Dominique Bonte, diretor de
telemática e navegação da ABI, diz que a mudança está acontecendo,
especialmente por meio da integração entre carros e smartphones. Mas vai
demorar um pouco mais para o impacto na indústria automobilística se
tornar significativo.
11 Carros elétricos
Novos carros elétricos e híbridos serão lançados por todos os
principais fabricantes em 2012. Mas eles não vão superar os carros a
combustível nesse ano. David Alexander, analista principal de tecnologia
automotiva da ABI, aponta dois motivos para isso. O primeiro é que os
híbridos e elétricos vão continuar sendo mais caros. O segundo é que os
carros a combustível também vão evoluir e se tornar mais econômicos.
Recursos como o sistema que desliga o motor quando o carro para num
semáforo devem se tornar cada vez mais comuns.
12 O GPS e a publicidade
A publicidade baseada na localização não vai se tornar comum em 2012.
Essa é uma afirmação que já estava na lista de coisas que não
aconteceriam em 2011, divulgada pela ABI um ano atrás. Para Patrick
Connolly, analista sênior de telemática e navegação, houve avanços neste
ano, mas a situação não mudou muito. O mundo da publicidade está
ocupado explorando as oportunidades multimídia nos dispositivos móveis. E
ainda há a questão da privacidade, que deve atrasar a implantação de
sistemas de anúncios com base na localização.
Via: EXAME.COM