|
João, da AV Ware: |
SÃO PAULO – Um dos mercados mais disputados do mundo da
tecnologia é o de antivírus. O setor oferece produtos de vários tipos e
preços. Não só isso: as desenvolvedoras de produtos de segurança sofrem
para conquistar clientes e, ainda, com a pirataria desenfreada. Apesar
das perspectivas sombrias, um brasileiro, com um sonho, resolveu encarar
os desafios desse complexo mercado e peitar empresas como Symantec
(Norton), Kaspersky e McAfee.
O nome dele é João
Eduardo, um especialista em sistemas de computadores e professor de
análise e desenvolvimento de sistemas. João sempre teve vontade de
desenvolver e construir um antivírus totalmente nacional. E, neste ano,
ele conseguiu alcançá-lo ao estrear no mercado o AV Ware, um antivírus
que ele chama de central de segurança por reunir, num único aplicativo,
proteção contra vírus e pragas digitais que roubam dados do computador.
João começou a sonhar com a construção do AV Ware em 2005, logo após
sair de uma empresa coreana de software que mantinha em parceria com o
Instituto de Pesquisas Tecnológicas um laboratório de análises de vírus
de computador. Neste local, ele passava o dia estudando o comportamento
das pragas digitais do mundo inteiro. “Eu tive, então, a chance de
aprender muito sobre o funcionamento dos vírus e, principalmente, como
os vírus variam de um país para outro”, diz.
Ele, no
entanto, tinha um problema: “Eu sabia perfeitamente como funcionava um
antivírus, mas não sabia programá-lo” Então, João contou sua história em
fóruns de internet e falou do sonho de desenvolver um antivírus
nacional. Ele teve várias respostas positivas e uma delas foi de Bruno
Martins, atual sócio de João e também mentor do AV Ware.
Depois
de alguns e-mails e encontros, os dois começaram resolveram desenvolver
o programa nos momentos livres. “A ideia era ir desenvolvendo e
aprendendo com o tempo gasto com o programa”, afirma João. Eles
construíram várias versões do antivírus e elas eram distribuídas para
alguns amigos testar. “O programa tinha muito problema, não funcionava
direito e podia deixar os PCs desprotegidos”, explica Bruno.
Mas com o passar do tempo, o AV Ware foi ganhando maturidade e elogios
em fóruns, além de ficar conhecido por alguns entusiastas de tecnologia.
Um deles, que se interessou pelo programa, foi Jefferson Penteado, CEO e
criador da BluePex, uma empresa especializada em segurança. “Ele nos
procurou, na metade de 2007, para saber mais sobre o antivírus”,
explicou.
Jefferson, diz João, gosta de apostar em
inovações para a área de segurança; e os encontros, portanto, serviram
para o CEO da BluePex conhecer a ferramenta e até opinar sobre ela.
“Jefferson entende dessa coisa de vírus. Em meados de 90, ele
desenvolvia vacinas e as vendia para os poucos brasileiros que tinham
computadores. Ele até anunciava a solução em jornais”, explica João.
Depois desse encontro, João e Bruno se animaram e começaram a
trabalhar mais na ferramenta para deixá-la adequada para uso. Na metade
de 2009, eles estavam com o antivírus estável e quase pronto. Para
lançá-lo, faltava apenas um apoio financeiro para colocá-lo no mercado
e, claro, enfrentar os grandes. “Não tive dúvidas e procurei o
Jefferson”, conta. Em fevereiro de 2010, eles assinaram um contrato de
parceria.
Concorrência
Após o
acordo, João e Bruno começaram a usar a estrutura de desenvolvimento da
BluePex e a se dedicar exclusivamente para o desenvolvimento final do
AV Ware. Durante o ano de 2010, eles praticamente reescreveram o
antivírus e o submeteram a vários testes pesados.
As
mudanças no programa tinham um motivo. O AV Ware precisava ficar
totalmente estável para ser apresentado ao mercado e, também, adaptado
para outras soluções da BluePex. Além disso, diz João, ele tinha de
ficar com um desempenho similar ou superior aos demais antivírus do
mercado. “O software funcionava bem, mas em alguns momentos ele
encontrava vírus onde não tinha, ou seja, dava o famoso falso-positivo”,
explica.
Eles se enfurnaram no laboratório de desenvolvimento do AV Ware e
criaram uma tecnologia capaz de compreender quando um arquivo é seguro –
ele foi chamado de DNA Digital. Batalharam ainda por um sistema
defensivo que consoma pouca memória do computador, mesmo quando a
varredura contra vírus está ativa. “A gente sabe que um antivírus
considerado rápido pelos usuários ganha uma fama boa no mercado”.
Durante o trabalho, eles também usaram a experiência adquirida nos
últimos seis anos para deixar o software afiado com as pragas que
atacam, particularmente, os computadores brasileiros. “Esse é nosso
diferencial”, comenta João, que mantém um site para receber de usuários
as pragas que atacam os computadores brasileiros.
Enquanto
finalizava o AV Ware, João também montava a equipe operacional do
antivírus. Hoje, ela conta com cerca de 10 pessoas, todas responsáveis
por atualizar o software de segurança e analisar as novas ameaças. “Essa
equipe trabalha 24 horas por dia, sete dias por semana e cuida para que
o antivírus sempre esteja atualizado”, diz.
Apesar de ter uma estrutura pequena, quando comparada às grandes
empresas como Norton e McAfee, João e Bruno não têm medo das grandes
empresas: “Claro, a gente tem uma estrutura pequena, mas o produto é
bom. E é isso é o que importa para a gente crescer no mercado”, diz.
Para
isso, inclusive, João vai usar a força dos universitários e técnicos de
TI, um público com qual ele e Bruno mantêm bastante contato no dia a
dia. “Eu sempre digo a eles do meu sonho realizado. Como eles são
formadores de opinião, podem recomendar a solução aos familiares”,
conta. Ele também acredita que o software pode ser bem aceito no mercado
e incomodar a concorrência por causa do preço, cerca de 50 reais e
vendido somente pela internet. “Outra coisa que vai nos ajudar é a força
de vendas da BluePex, que começou a oferecer o antivírus para o mercado
corporativo’, diz. João, com a ajuda de Bruno e da BluePex, concretizou
o sonho do antiírus. Agora ele tem um outro: ver o AV Ware incomodando
os grandes antivírus do mercado. A parada é dura.
Via: INFO Online
Opa. Eu apoio essa iniciativa, sou desenvolvedor web e sempre desejei que houvesse um anti virus brasileiro. Tenho certeza que esse projeto dará muitos frutos. Os brasileiros tem muito talento, tudo que quer consegue.
ResponderExcluirÉ uma iniciativa muito bacana, mas a verdade é que o AV ainda é bem ruim.
ResponderExcluirhttp://www.hardware.com.br/comunidade/av-testando/980749/
cara que legal, muito bom mesmo, nem sabia que existia gente que programava neste nível aqui no Brasil
ResponderExcluir