Essa é apenas uma das tendências no setor automotivo, que fica ainda
mais verde graças a baterias com maior autonomia e a reciclagem de
combustíveis
CONCEITO
As carrocerias dos quatro protótipos nas fotos foram feitas inteiramente com plástico
A última semana revelou novas perspectivas para que a indústria
automotiva consiga se adaptar às exigências ambientais do consumidor
moderno. Carros mais leves, com menor consumo de energia e maior
rendimento e durabilidade, são tendência para os próximos anos, mas
ainda não existe um modelo claro para a construção do primeiro carro
popular ecológico. A tecnologia para que o objetivo seja alcançado
encontra-se em plena fase de desenvolvimento e montadoras do mundo
inteiro expõem suas melhores propostas em carros-conceito. Mesmo as
marcas menores têm uma chance de crescimento graças à inovação: as
melhores ideias podem partir de coisas tão simples e cotidianas quanto
uma casca de banana.
O professor Alcides Leão, da Unesp, é um dos nomes que podem ajudar a
reinventar a indústria automotiva.
Ph.D. em ciência florestal pela
Universidade de Wisconsin, nos Estados Unidos, Leão e seus alunos
desenvolveram em laboratório uma fibra de nanocelulose quase tão
resistente quanto o Kevlar (usado em coletes à prova de bala), e até 30%
mais leve. “São como membranas orgânicas que juntam dois materiais de
características diferentes em um só, mais econômico e resistente”,
explica Vitor Surian Gamba, mestrando em ciência florestal sob a tutela
do professor Leão. O polímero combina fibras vegetais de plantas como a
banana e o abacaxi a elementos plásticos derivados do petróleo,
tornando-os até quatro vezes mais resistentes. O polímero foi
apresentado no último dia 27, no 241º Encontro da Sociedade Química
Americana, em Anaheim, no Estado da Califórnia.
O material tem tudo para substituir peças de alumínio e aço, tomando
praticamente toda a estrutura dos veículos. Mas as inovações não ficam
apenas do lado de fora: cientistas em lugares tão diferentes quanto Roma
e o Estado americano de Illinois trabalham para desenvolver um novo
modelo de bateria mais eficiente para os carros elétricos – que vivem um
boom nos Estados Unidos, na Europa e em alguns países asiáticos.
As
novas baterias de Lítio-ion (Li-ion, mesmo material usado em aparelhos
como celulares e laptops) prometem cargas mais rápidas e eficientes,
garantindo maior autonomia para os veículos elétricos e reduzindo a
dependência de combustíveis fósseis. Chamadas de “baterias de alta
performance”, elas ainda vão ajudar a reduzir o consumo de energia
dentro de casa, garantindo cargas mais rápidas em eletrônicos
domésticos.
REALIDADE
Na foto acima, motorista recarrega a bateria de seu carro
em São Francisco; abaixo, chinesa faz o mesmo em Xiamen
Com uma proposta mais imediata para redução de danos, cientistas da
Universidade de Cambridge, no Reino Unido, apresentaram também na
conferência da ACS um novo método para converter o óleo de motor usado
em combustível limpo. A técnica de reciclagem usa aquecimento por
micro-ondas, transformando o óleo (misturado com um material absorvente)
em gases e líquidos reutilizáveis. O processo não é novo, mas passa a
tornar se muito mais eficiente, reduzindo a emissão de poluentes na
atmosfera.
Anualmente, são despejados no meio ambiente cerca de 30
bilhões de litros de óleo de motor usado. Parte dele é convertida em
combustível para aquecimento de edifícios, ou re-refinado como
lubrificante mais uma vez. “De qualquer forma, ambos os usos estão longe
do ideal, devido à poluição causada pela queima do óleo”, diz o
pesquisador-chefe do projeto, Howard Chase.
A nova tendência de mercado ainda engatinha, com diversos projetos
nunca saindo da fase de conceito e desenvolvimento. Por enquanto, ainda
chegam ao consumidor final apenas reinterpretações de tecnologias
conhecidas, que buscam reduzir o consumo de combustível a partir de
peças mais leves e motores mais eficientes – quase sempre sacrificando o
desempenho do carro, que acaba enquadrado em nichos de mercado
específicos de consumidores urbanos.
Novidades como o plástico reforçado com fibra de carbono (CFRP), já
utilizado em carrocerias de automóveis de luxo, ainda devem levar algum
tempo para chegar às linhas de montagem de todo o mundo – mesmo após
evoluções como a apresentada pela montadora japonesa Teijin, que revelou
no começo de março um novo modelo para a produção em massa do material.
O carro-conceito da Teijin é praticamente um esqueleto de automóvel,
com cabine pesando apenas 47 kg (cerca de um quinto do peso de uma
cabine tradicional) e usando bateria com 100 quilômetros de autonomia.
2leep.com
o futuro esta aí.....não podemos impedir
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