(Fonte da imagem: Divulgação/Intel)
A Intel finalmente colocou no mercado os novos processadores Ivy Bridge, que correspondem à terceira geração dos chips iX (i3, i5 e i7). Desde o dia 23 de abril, as fabricantes de notebooks
e computadores já estão vendendo os aparelhos com a novidade em vários
países – mas ainda deve demorar um pouco até a chegada deles ao Brasil.
Fabricados com processos de 22 nanômetros, eles podem ser uma nova
revolução no mundo dos chips. Ao mesmo tempo, muitos afirmam que se
trata apenas de uma atualização dos processadores Sandy Bridge. Saiba
tudo sobre eles e descubra se vale a pena investir algum dinheiro na
nova geração da Intel.
X, S, QM, o quê?
Você pode saber exatamente o que apresenta cada um dos novos
processadores sem precisar ver as especificações deles. Isso é possível
graças às nomenclaturas aplicadas a todos eles. Como sempre, i3, i5 ou
i7 representam a linha do chip. Em seguida vem o número “3”, que
representa a terceira geração dos processadores Intel Core. Ao final
disso, você pode ver algumas letras. Confira o que elas significam:
- X: Extreme Edition;
- Q: quad-core;
- QM: quad-core mobile;
- S e T: baixa tensão;
- K: overclock desbloqueado.
No primeiro momento, não serão lançadas versões dual-core. Isso deve
ser uma estratégia da Intel para influenciar as vendas dos chips mais
poderosos e também para acabar com os estoques dos processadores Sandy
Bridge (que devem ter o preço reduzido).
(Fonte da imagem: Divulgação/Intel)
Contudo, segundo o site The Verge,
isso deve mudar até o final de junho ou começo de julho, quando os Ivy
Bridge dual-core serão também anunciados. Ao mesmo tempo, devem chegar
os processadores ULV (ultra-low voltage, ou tensão ultrabaixa) para os portáteis.
O que esperar?
Quando os Ivy Bridge foram anunciados pela Intel, surgiram diversas
promessas acerca das possibilidades que seriam oferecidas. Como acontece
com todas as gerações, o mínimo que os consumidores esperam é mais
velocidade no processamento das tarefas. E de acordo com a própria
Intel, o aumento de desempenho em relação à geração anterior pode girar
em torno de 7%.
Pouca diferença no processamento central (Fonte da imagem: Reprodução/Intel)
A parte gráfica recebeu avanços bem mais significativos. A Intel
apresentou resultados de benchmarks com os Ivy Bridge e Sandy Bridge e
mostrou que a nova geração consegue processar gráficos com muito mais
velocidade. Graças à nova GPU HD Graphics 4000, os resultados podem ser até 105% superiores.
Outro ponto que todos esperavam está na eficiência energética. Com
apenas 22 nanômetros, o Ivy Bridge consegue aproveitar muito melhor a
energia elétrica aplicada aos transistores, o que é perfeito para
sistemas portáteis – pois pode aumentar consideravelmente a autonomia
das baterias.
Processamento 3D
Tradicionalmente, os processadores realizam transferências de
impulsos elétricos por seus transistores de maneira bidimensional. Isso
acontece porque eles são dispostos em uma única superfície plana. O
problema é que quanto mais condensados em espaços pequenos, mais difícil
é controlar a dissipação de eletricidade.
Ótimos resultados gráficos (Fonte da imagem: Reprodução/Intel)
Os chips Ivy Bridge apresentam a tecnologia Tri-Gate,
que vai aplicar uma nova camada de transistores ao sistema – tornando-o
“tridimensional” e permitindo mais controle, mesmo com os apenas 22 nm.
Com isso, os impulsos elétricos não serão enviados para apenas uma
superfície, facilitando a troca de informações e melhorando a eficiência
energética e a velocidade do chip.
As principais vantagens dos transistores Tri-Gate foram apontadas pelo site BBC.
O vazamento de energia é reduzido a quase zero, pois os transistores
podem ser ativados e desativados até 100 bilhões de vezes em apenas um
segundo. Além disso, é possível carregar as mesmas informações com menos
energia (eficiência) e isso custa apenas 2% ou 3% a mais para os
fabricantes.
Novo soquete? Não desta vez
Como o The Verge
deixou bem claro, você não precisa comprar uma nova placa-mãe para
instalar o Ivy Bridge – desde que a sua já seja compatível com os
processadores Sandy Bridge –, pois os novos chips são conectados ao
soquete LGA-1155. Mas isso não significa que ele vá funcionar com o
máximo de suas possibilidades.
Soquete LGA-1155 (Fonte da imagem: Reprodução/Wikimedia Commons)
Os Ivy Bridge possibilitam a utilização de conexões USB 3.0, PCIe 3.0
e, possivelmente, Thunderbolt. Mas para isso ser possível, a placa-mãe
precisa ter suporte para o chipset Panther Point – algo que as mais
antigas não oferecem. Por isso, quem continuar com a mesma placa poderá
desfrutar de mesma velocidade, mas não dos mesmos recursos.
Round-up: o que disse quem já testou
Aqui no Brasil, ainda não é possível encontrar os novos chips da
Intel, mas nos Estados Unidos já estão sendo vendidos computadores
equipados com eles. Por essa razão, vários sites especializados em
hardware já disponibilizaram suas análises sobre o Ivy Bridge. Confira
agora um pequeno resumo sobre o que estão dizendo os principais
analistas da imprensa internacional – todos os sites citados utilizaram o
processador i7-3770K:
Tech Report
Segundo o Tech Report,
existe um avanço visível entre as duas gerações de processadores. O
Core i7-3770K está um pouco mais rápido do que o 2600K, custando o mesmo
preço. Mas vale dizer que a melhoria não representa nada grandioso,
parecendo mais uma atualização. A maior melhoria é realmente na
eficiência energética.
O site conclui dizendo que é interessante ver os resultados
oferecidos pelos novos chips de 22 nanômetros, mas que não vale a pena
trocar se você já tiver um Sandy Bridge. Também é dito que o real
impacto deve ser percebido no mercado de computadores portáteis – devido
ao aumento na autonomia de bateria.
Anand Tech
Caso o avanço em relação à geração anterior fosse inferior aos 40%, os consumidores ficariam frustrados, segundo o Anand Tech.
Em relação ao desempenho da CPU, o progresso foi bem humilde e não
parece ser o bastante para um upgrade em computadores que possuem a
segunda geração dos Intel Core iX. Por outro lado, a GPU oferece
resultados bem melhores.
Outro ponto que merece destaque é a codificação de filmes. O site
revelou que converteu um filme de 130 minutos em 1080p para o formato do
iPad em apenas 7 minutos, sem apresentar impacto no desempenho da CPU.
Mais uma vez, foi dito que os consumidores com computadores portáteis
devem sentir muito mais diferença do que os proprietários de desktops –
devido também ao melhor aproveitamento energético.
Tom’s Hardware
Mais direto do que os outros sites, o Tom’s Hardware
é claro ao dizer: “Não há razão para trocar um processador high-end
Sandy Bridge por um high-end Ivy Bridge”. A análise diz que é óbvio que
existe um avanço significativo no processamento gráfico, mas ainda assim
seria necessário comprar uma placa de vídeo para rodar jogos mais
pesados com gráficos mais detalhados, e não com a qualidade reduzida.
Quanto à redução no consumo de energia elétrica, o Tom’s Hardware diz
que isso só seria realmente visível na presença de um sistema extremo
de refrigeração. Para terminar, o site afirma que o upgrade só é
necessário para quem possui versões antigas de processadores, citando o
Intel Core 2 Duo e o Phenom da AMD.
Hard|OCP
“O novo Ivy Bridge é certamente uma vitória... Para a Intel”. Assim disse o Hard|OCP,
que afirma que o novo processador permite que a fabricante produza e
estoque mais processadores em menos tempo e espaço. O site também afirma
que os consumidores comuns são os que mais vão sentir diferença no
desempenho, o que fará as vendas serem elevadas.
(Fonte da imagem: Divulgação/Intel)
Contudo, o Hard|OCP é enfático ao dizer que analisar o Ivy Bridge com
olhos de entusiasta não gera muito otimismo. Da mesma forma que o Tom’s
Hardware, o Hard|OCP diz que quem procura desempenho gráfico para jogos
de última geração vai precisar de uma placa de vídeo muito mais
robusta. Por fim, o veredicto que todos já haviam dado: novos sistemas
devem ser montados com o Ivy Bridge, mas um upgrade a partir do Sandy
Bridge não é necessário.
.....
Você está disposto a comprar um novo processador Intel Core Ivy
Bridge? Ainda não há previsão para a chegada deles ao Brasil, mas se
seguir os padrões internacionais, ele chegará por aqui pelo mesmo preço
da geração anterior. Com isso, vale o que os sites internacionais já
disseram: os processadores Ivy Bridge mais parecem uma atualização do
que um novo hardware.
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