Em seu primeiro comunicado após assumir o cargo, Larry Page defendeu a diversificação de negócios e disse que trabalha para tornar o Google mais "social".
O CEO da Google, Larry Page, divulgou nesta quinta (6) seu primeiro (e longo) comunicado a investidores e funcionários da empresa desde que assumiu o cargo, há um ano.
O executivo defendeu o "lado bom" do Google. "Sempre quisemos que o
Google fosse uma empresa merecedora de um grande amor. Mas reconhecemos
ser uma meta ambiciosa, porque a maioria das grandes empresas não são
amadas, ou mesmo criadas com isso em mente. Temos sorte de ter uma
relação muito direta com nossos usuários, o que cria um forte incentivo
para que façamos a coisa certa", escreve.
"Sempre acreditamos que é possível ganhar dinheiro sem ser mau. Na
verdade, a receita saudável é essencial se quisermos mudar o mundo
através da inovação, e contratar (e manter) boas pessoas", afirma.
Segundo o texto, Sergey e ele estão "sempre impacientes para fazer
melhor para os nossos usuários, e nós encaramos a vida com a paixão e a
alma de uma start-up".
Ele disse que a empresa teve de fazer "decisões difíceis", e por isso fechou cerca de 30 produtos,
como Knol e Sidewiki. "Além disso, demos a muitos de nossos produtos,
como o Search, uma atualização visual, e agora eles têm uma aparência
mais limpa, mais consistente e bonita".
Um ponto essencial no texto é o de transformar o Google em "social",
facilitando o compartilhamento de gostos e informações. "O Google + cria
uma camada social em todos os nossos produtos para que os usuários se
conectem com as pessoas que são importantes para eles", diz.
Page defende o sistema de círculos do Google+, dizendo que ele
facilita seguir as pessoas por assunto ou por grupo de relacionamento.
Segundo ele, com "bem mais de 100 milhões de usuários ativos no
Google +, estamos vendo um impacto positivo em toda a Web, com usuários
do Google sendo capazes de recomendar resultados de pesquisa e vídeos
que eles gostam".
Próxima geração
O executivo abordou a próxima geração do motor de pesquisa
do Google, rumo à chamada 'busca semântica'. "Hoje, a maioria dos
resultados de pesquisa são genéricos, por isso dois estranhos sentados
lado a lado em um café vão obter respostas muito semelhantes", admite.
"Temos um antigo funcionário chamado Ben Smith, um bom amigo meu.
Acontece que não é o único Ben Smith no mundo! Hoje, é difícil encontrar
o Ben certo para mim", afirma.
Aí que entra o Google+, que permite ao Google "entender as pessoas e
suas conexões". Page diz que "esta é uma mudança grande e importante, e
há uma tonelada de trabalho a fazer. Mas este tipo de pesquisa, em que o
Google entende entidades do mundo real, vai ajudar a melhorar nossos
resultados", diz.
O CEO diz que há uma quantidade enorme de dados no mundo que não está
disponível ao público hoje. "Mostrá-los em nossos resultados envolve
parcerias profundas de diferentes setores em diversos países. É muito
semelhante ao trabalho que fizemos para conseguir o Google Maps".
Page mostrou-se empolgado com o Android, claro. Ele disse que
produtos como o Maps e o Wallet revolucionam os dispositivos móveis.
Ele até relembrou o começo do sistema. "Lembro-me do primeiro
encontro Andy Rubin, o criador do Android, em 2004. Na época,
desenvolver apps para dispositivos móveis era incrivelmente doloroso.
Nós tínhamos um armário com mais de 100 telefones, e estávamos
construindo nosso software praticamente um dispositivo de cada vez",
conta.
Hoje, o Android "está pegando fogo, e o ritmo da inovação móvel nunca
foi tão grande. Mais de 850 mil dispositivos são ativados por dia em
uma rede de 55 fabricantes e mais de 300 operadoras", afirma.
Page mostra-se focado também na integração do Android com o desktop, citando produtos como Gmail e Google Docs.
Sobre a compra da Motorola,
Page preocupou-se em tranquilizar as demais fabricantes. "É importante
reiterar que a abertura e o investimento de muitos parceiros de hardware
têm contribuído para o sucesso do Android. Então, estamos ansiosos para
trabalhar com todos eles no futuro. O Android foi construído como um
ecossistema aberto, e não temos planos para mudar isso", afirma.
Para o executivo, o sucesso de diversificar produtos mostrou que a
estratégia é correta. Como exemplos, cita o Chrome, o GMail, o YouTube
e, na área empresarial, o Google Docs. "Mais de 5 mil novas empresas e
estabelecimentos de ensino estão adotando todo os dias", diz.
Via: IDG NOW!
Nenhum comentário