Nos últimos mil anos, a humanidade apresentou mais evoluções do que
se comparada a outros períodos históricos maiores. A cada dia que passa,
novas descobertas fazem com que o ser humano explore ainda mais os
limites da memória, da inteligência e da atenção.
Entretanto, o que talvez não tenhamos percebido, é que os limites
impostos pela mente humana podem ser uma espécie de mecanismo de defesa
para o nosso organismo. Assim, estimular continuamente o cérebro até um
ponto acima do esperado pode fazer com que, em algum momento, a
humanidade encontre um limite fatal.
Essa é a tese defendida por um novo trabalho publicado no Current
Directions in Psychological Science, jornal da Association for
Psychological Science. Os autores são Thomas Hills, da Universidade de
Warwick, e Ralph Hertwig, da Universidade de Basel.
Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores analisaram o
desenvolvimento do ser humano ao longo dos anos. Se seguíssemos uma
escala progressiva contínua, em tese já deveríamos estar mais avançados
em muitos outros campos do conhecimento e no desenvolvimento de nossas
habilidades.
Contudo, é possível que talvez nunca cheguemos a atingir a capacidade
plena do cérebro justamente porque isso seria prejudicial ao nosso
sistema nervoso. A dupla toma como exemplo o funcionamento do cérebro de
algumas pessoas superdotadas. Índices elevadíssimos de QI podem estar
ligados a doenças no sistema nervoso.
“Além disso, o uso de drogas estimulantes, como cafeína e Ritalina,
pode trazer consequências nocivas para organismo”, explica Hills. Como
resultado desse processo, problemas como insônia, stress e
hiperatividade passam a ser muito mais prováveis.