Você já pensou em como uma pilha produz energia suficiente para
acender uma lanterna ou fazer funcionar um rádio? E por que uma pilha
"acaba" (deixa de funcionar)?
Nas pilhas e baterias, estão ocorrendo transformações
químicas que produzem energia elétrica, em quantidade muito
inferior à produzida nas usinas de geração de eletricidade.
Embora o homem conhecesse a eletricidade desde a Grécia antiga, seu
aproveitamento e o conhecimento de sua natureza só começou a
surgir a partir do fim do século XVIII. Nessa época, a eletricidade
era produzida por fricção (eletricidade estática), não
se conhecia ainda a corrente elétrica, tal como chamamos hoje.
Foi Alessandro Volta (1745-1827) quem inventou a bateria elétrica,
baseado em estudos feitos por Luigi Galvani (1737-1798), professor de anatomia
da Universidade de Bolonha, Itália. Numa de suas experiências,
Galvani pendurou uma rã pelas pernas utilizando ganchos de cobre, presos
a um suporte de ferro. Devido à brisa, as pernas da rã balançavam
e Galvani notou que, quando tocavam o suporte de ferro, elas se contraíam.
Ele atribuiu as contrações a uma corrente elétrica produzida
pela própria rã.
Volta tinha dúvidas quanto a essa explicação. Sua idéia
era a de que a corrente elétrica poderia estar sendo produzida pelo
contato entre os líquidos biológicos da rã e dois metais
diferentes. Assim começou a investigar essa possibilidade.
O dispositivo criado por Volta consistia em um pilha de discos de zinco intercalados
com discos de prata e separados por papel umedecido com solução
de ácido. Com uma pilha de 60 discos, uma pessoa poderia sentir um
choque elétrico quando tocava as duas extremidades da pilha. Pela primeira
vez, se constatava a produção espontânea de eletricidade
(sem fricção). Volta, porém, não associou a produção
de corrente elétrica com a ocorrência de transformação
química. Foi Hamphry Davy (1778-1829) que, ao estudar os experimentos
de Volta, sugeriu que a eletricidade poderia resultar de uma transformação
química.
Durante o século XIX, muitos aprimoramentos na pilha de Volta foram
feitos. Por exemplo, a pilha seca foi desenvolvida.
A produção comercial de baterias e pilhas se iniciou no século
seguinte.
Como funcionam as pilhas?
As pilhas que utilizamos hoje têm o mesmo princípio de funcionamento
da pilha construída por Volta.
A parte mais externa (capa) da pilha consiste de zinco, e é freqüentemente
recoberta com papelão ou plástico para evitar vazamento. No
interior da pilha, em vez de outro metal como Volta utilizava, há um
bastão de carbono (grafite). O recipiente é cheio de uma pasta
úmida, constituída por alguns sais e óxido de manganês
(no lugar da solução de ácido diluído). A placa
de zinco e o óxido de manganês presente na pasta úmida
interagem, na presença dos sais e do carbono, gerando corrente elétrica.
À medida em que a pilha vai sendo utilizada, as quantidades das substâncias
que reagem vão diminuindo, a produção de energia elétrica
vai ficando menor, ocorrendo, então o desgaste da pilha.
À medida em que a pilha vai sendo utilizada, as quantidades das substâncias
que reagem vão diminuindo, a produção de energia elétrica
vai ficando menor, ocorrendo, então o desgaste da pilha.
As baterias são sistemas compostos por associação de
pilhas, fornecendo, portanto, mais energia.
Uma bateria que talvez você conheça bem é a de automóveis.
Embora hoje em dia existam vários tipos, a mais comum é a de
"ácido-chumbo", formada por seis pilhas elétricas,
gerando no total, 12 V (2 V por pilha).
Bateria ácido-chumbo
Durante o funcionamento da bateria acumulam-se depósitos de um composto
chamado sulfato de chumbo, formando uma película entre as placas. A
produção de energia elétrica decresce (a bateria descarrega)
e a solução de ácido sulfúrico fica mais diluída.
Existe um aparelho chamado "densímetro" que indica quando
a bateria está descarregada, através da medida da densidade
da solução de ácido sulfúrico.
A bateria de ácido-chumbo pode ser recarregada passando por ela uma
corrente elétrica contínua em direção oposta a
da corrente que a bateria fornece. Isso força o processo inverso, ou
seja, a decomposição do sulfato de chumbo depositado nas placas.
Após o carregamento, a bateria volta a produzir corrente.
Problemas ambientais relacionados ao descarte de pilhas e baterias
As pilhas são compostas por metais pesados, tais como mercúrio,
chumbo, cobre, níquel, zinco, cádmio e lítio. Esses metais
são perigosos para o ambiente e a saúde humana.
Depois de descartadas, as pilhas vão se decompondo, podendo seus componentes
infiltrar-se no solo e atingir os lençóis de água subterrânea,
entrando assim, no ecossistema dos rios e dos mares, sendo incorporados na
cadeia alimentar, aumentando a sua concentração nos seres vivos.
Outra forma de contaminação é a inalação
ou o simples contato com as substâncias tóxicas.
Como exemplos, são citados o chumbo, que causa disfunção
renal e anemia; o mercúrio, que gera estomatites e problemas renais,
além de lesões cerebrais e neurológicas; o zinco, que
provoca doenças pulmonares; e o manganês, que afeta o sistema
imunológico.
No Brasil, não há nenhum método desenvolvido para a
reciclagem das pilhas, somente sistemas de coletas e armazenamento em blocos
de concreto fechados.
Via: Portal São Francisco
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